Voluntária na JMJ.

Ser voluntária na JMJ 2023 não era um sonho antigo nem um desejo de há muito tempo…

Os últimos tempos tinham sido difíceis, desafiadores, com algumas situações novas e com a vida a acontecer de uma forma inesperada e não prevista. Tive de parar – muitas vezes – para perceber onde estava e por onde seria o meu caminho… Fiz uma formação de crescimento pessoal que implicou alguns fins de semana fora de casa e, pouco a pouco, começou a fazer sentido sair de casa mais uns dias e viver a JMJ como Voluntária, ou seja, pondo-me à Sua disposição e ao Seu serviço.

As formações prévias, que decorreram ao longo de algumas semanas, através de plataformas à distância, foram-me entusiasmando; o Gesto Missionário – que foi pedido aos voluntários de todo o Mundo – encheu-me de alegria, de responsabilidade e de Fé e, naquela manhã do dia 30 de julho, em que entrei no autocarro rumo a Lisboa, senti que tudo estava bem!

Estava bem claro que a missão do Voluntário era ajudar os (restantes) peregrinos a viver da melhor forma possível a JMJ. Tínhamos, sobretudo, que estar atentos e ser facilitadores, orientadores, dar informações fiáveis, transmitir segurança e confiança.

Coube-me estar nas entradas, primeiro na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII) e depois no Campo da Graça (Parque Tejo). Não consigo descrever a emoção vivida ao estar horas seguidas a dar as boas vindas a todos os que entravam nestes espaços e a orientá-los para os diferentes setores. Vindos de todos os lugares do Mundo, quantas vezes pensei: o que os traz aqui?, o que os move?       

Estar atenta levou-me ao encontro de uma senhora em cadeira de rodas, sozinha, que acabada de aterrar em Lisboa, vinda da Venezuela, um uber deixou na entrada da Colina do Encontro. O meu turno estava quase a terminar e a Cerimónia do Acolhimento tinha começado há poucos minutos… Disponibilizei-me a acompanhá-la e a tentar ajudá-la a chegar a área reservada às pessoas com necessidades especiais. Pelo caminho, disse-me ser mãe de um Padre, que estava ali e veio fazer-lhe uma surpresa! Sei bem que para ela eu fui uma grande ajuda; talvez ela não saiba que para mim foi uma Benção! O facto de a acompanhar permitiu-me viver esta Celebração mesmo junto ao altar, ali ao lado do Papa Francisco, que me (nos) disse aquilo que eu precisava ouvir: “Estás aqui porque Deus te ama e te chamou, pelo teu nome!”, “Deus ama-te como tu és, não como tu querias ser!”; “na Igreja há lugar para Todos!, Todos!, Todos!”.

O meu coração ficou cheio, tranquilo e agradecido! Só por estes momentos já tinha valido a pena! Que Graça! Que Deus Amoroso! Tudo faz sentido!

Já não tive mais dúvidas: Deus chamou cada um, pelo seu nome, para estar aqui!

Dormir no chão de um pavilhão com mais 99 voluntárias, estar nas filas para levantar a refeição ou estar exposta ao sol durante horas são pequenos pormenores, sem qualquer importância, perante a grandeza de tudo o que vivi!

 

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