Mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco - Páscoa de 2023.
O QUE É A PAZ?
Segundo um alegre costume, no Domingo de Páscoa, às 12 horas, o Papa Francisco apareceu na varanda central de São Pedro e, antes de dar a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), leu a sua mensagem, lembrando a todos os lugares de dores da terra que, neste momento, sofrem com a guerra, a pobreza e a destruição.
O Papa Bergoglio pediu paz, recordando quer "o amado povo ucraniano", quer o povo russo, lançando um apelo a toda a comunidade internacional para que trabalhe para garantir que os prisioneiros possam voltar "sãos e salvos seguros às suas famílias".
Depois de expressar "profunda preocupação" com a situação em Jerusalém, esperando um diálogo entre israelitas e palestinianos, pediu ao Senhor que cuide dos que foram atingidos pelo violento terramoto na Turquia e na Síria, que há tantos anos esperam pela paz.
O Pontífice mencionou também o Líbano, “ainda em busca de estabilidade e unidade”, e a Tunísia, reservando um pensamento para “os jovens e aqueles que sofrem com problemas sociais e económicos”. Também não esqueceu o Haiti, “que sofre, há vários anos, de uma grave crise sócio-política e humanitária”, nem os rohingya “maltratados” em Mianmar, nem a Nicarágua e a Eritreia e outros lugares onde a livre profissão de fé é impedida.
Por fim, reiterou que a Páscoa - para toda a humanidade e, em particular, para quem está a passar por um período de provação e cansaço - é uma "passagem" "da morte para a vida, do medo para a confiança, da tribulação para a consolação".
De facto, na teologia da paz do Papa Francisco, não são as dimensões internacionais que contam. Ele desafia todos os cristãos a um gesto pessoal.
Então, perguntemo-nos: o que significa a paz para nós, cristãos ? No capítulo 20, do Evangelho de João, o termo PAZ é referido três vezes, em forma de saudação: o hebraico "Shalom" também indica bem-estar físico e espiritual, além de segurança e sentimento de protecção. Se desejamos paz a alguém, isso significa plenitude de bem-estar e felicidade.
A paz máxima é alcançada, apenas, colocando Jesus Cristo em primeiro lugar na sua vida. A Epístola aos Efésios (2, 14) diz claramente: "Ele (Jesus) é a nossa paz."
A paz, portanto, para cada um de nós, é trilhar um caminho de confiança recíproca e de fraternidade: confiança entre as pessoas, assim como entre povos e nações, superando conflitos e divisões e abrindo o coração a quem mais precisa.
A verdadeira paz é o corolário indispensável do amor,
Só esta paz de coração nos liberta de nós mesmos; aumenta a nossa sensibilidade para com os outros e nos torna verdadeiramente "servos".