Interessa-te: ‘Eu cuido’.

Há um sentimento que, na versão mais delicada, expressa-se com a frase: ‘não me importa’. Isto deve ser absolutamente banido do vocabulário dos jovens que projectam, desenham, ter os olhos abertos e o coração escancarado a tudo e a todos.

Interesso-me: devem dizer os nossos jovens. Eu cuido, afirmam tantos entre os jovens de hoje, apesar de viverem num mundo em que domina o egoísmo: é verdade que em todas as cidades se vive, muitas vezes, um isolamento que está entre os mais pavorosos; está-se só, no meio de uma multidão que grita e aperta de todos os lados; encontramo-nos no escuro, no meio do brilho das luzes e mergulhados numa espécie de horrível silêncio – podemos chamá-lo, sepulcral – no meio de um barulho infernal.

Eis, então, o dever, o compromisso que sugiro aos jovens – e, também, aos não jovens – que querem conceber a sua vida como um serviço: esforçai-vos por conhecer o mundo e os homens; conhecei, do mundo e dos homens, sobretudo, os problemas.  E, não só conhecê-los, mas compreendê-los; penetrar até às raízes, aprofundá-los; descobrir as causas de certos males, de certos mal-estares para poder, mais facilmente, encontrar remédio.

(Ascolta, si fa sera)

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