Sempre que me pediram para falar aos jovens sobre a relação entre a ciência e a fé, sempre senti que à partida todos assumiam que ou se é cientista ou se é uma pessoa de fé. E porque será assim? Porque é que para a generalidade das pessoas, os cientistas não podem ter fé, e os Homens de fé não podem ser bons cientistas?

A dada altura convidou-me a conhecer o Movimento Oásis. Aí alargou-se o meu conhecimento do Padre Carlos: um homem muito querido por todos, sempre bem-disposto e empenhado na vivência e divulgação da espiritualidade do “Serviço por Amor”. Um “jovem” entre os jovens, apreciador de uma boa anedota e “especialista” na animação dos convívios à noite, nos “Cursos Oásis”.

Nasceu para a vida eterna o nosso grande mestre e amigo P. Carlos. Dia 7 de Fevereiro. Neste dia há nove anos partia a minha mãe e agora um “pai”. Se há padre que foi pai, muitos e muitas o reconhecerão.

Tinha olhar sereno e trato delicado,

Tinha humor refinado e a conversa era facil …

Quando me recebeu no Oásis,

nunca o tinhamos visto,

mas ao chamar p’lo meu nome

ele soou-me forte e com verdadeira Luz (mera ilusão)

De facto o nosso Pe. Carlos Pereira foi um homem completamente dedicado aos outros… A todos nós… Assumiu-nos como “seus filhos”… Conheci-o por alturas de 1982/83, enquanto jovem acólito, quando ele ia celebrar ao Santíssimo Sacramento… Alto, muito alto e muito, muito bem-disposto… Mas “apenas” o comecei a conhecer melhor em 1986, no seu acompanhamento ao Grupo Oásis Gota D’Água, que reunia na Casa das Doroteias de Vilar, onde o nosso Pe. Carlos ia muitas vezes.

Tinha 16 anos quando o conheci. Passou a ser meu confessor e diretor espiritual. A sua enorme capacidade de ouvir era importantíssima, escutava sem interromper e, só depois, iluminava a vida com a Palavra de Deus e, finalmente, propunha sempre algo que ajudava no crescimento espiritual e renovação de vida.

A partir do dia 16 de março de 2020, dia em que os alunos ficaram confinados em casa, deu-se uma autêntica revolução no contexto educativo. Diretores, professores e alunos tiveram que se adaptar a novas formas de ensino à distância. Foi um frenesim de formações propostas pelos diretores das escolas para dotar os docentes de ferramentas que lhes permitissem online, o ensino à distância, para continuar o processo de ensino e aprendizagem.

O ano de 2020 foi um ano que jamais esqueceremos. Toda a humanidade foi assolada por uma pandemia que nos obrigou a parar, a rever e recriar toda a nossa vida pessoal, familiar, social, laboral e eclesial.

Sempre tivemos a ideia da faculdade como algo desafiante e de difícil adaptação. Contudo, existiu desde cedo em nós a ânsia de descobrir como seria essa fase e a curiosidade de desvendar o que estaria por vir; a verdade é que sempre ouvimos o famoso clichê “Vai ser a melhor fase da tua vida”.

No dia 25 de outubro deu-se início a uma aventura e desafio que não estava nos meus planos: após se confirmarem os sintomas e feito o teste, passei a fazer parte do grande número de infetados.

O grupo CresSer juntou-se uma vez mais para abraçar a proposta já o ano passado levantada “Faça você mesmo”!

Acredito muito no poder das coisas mais pequenas… nas quais incluo a(s) partilha(s).